Os modos operante do CV

28-10-2010 16:23

O modus operandi do CV
A estrutura profissional do Comando Vermelho é o seu principal esteio de poder. Estima-se que controla cerca de 40% do comércio de drogas no Rio de Janeiro, e que em suas fileiras estejam presentes cerca de 5.000 marginais fortemente armados (chegando a usar até fuzis automáticos AR-15 – também usado pela polícia, fabricado pela norte-americana Colt – e o AK-47, produzido por licença da marca russa Kalashnikov). Tamanha artilharia – ambos os fuzis citados acima têm poder de fogo próximo de 600 tiros/minuto – faz-se necessária aos traficantes para que possam manter seu poder.

Crianças e jovens favelados, sem perspectivas de vida na cidade grande que tanto os discrimina e iludidas com promessas de renda fácil, muitas vezes acabam por engrossar as milícias do tráfico – bem como as alarmantes estatísticas de mortes por armas de fogo no Brasil (cerca de 80 óbitos são registrados todos os dias). Por vezes, os traficantes do CV exercem o que alguns chamam, ironicamente, de "política da boa vizinhança": entram sem aviso prévio em casas e barracos, com tal de "conhecer" melhor os habitantes da favela.

Em muitos casos, os traficantes são vistos pela população das favelas como a autoridade a ser seguida, visto que a presença do Estado naquele ambiente é mínima. A corrupção na Polícia carioca, por vezes escandalosa, também é apontada por especialistas como uma das razões do vertiginoso crescimento do tráfico, em especial a partir dos anos 80, quando cartéis colombianos passaram a usar o Brasil como rota alternativa de seus negócios.